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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Mapa do Petróleo no Pre-Sal Brasileiro


Também repasso texto do Leonardo Boff:


A crise brasileira e a sua relação com a geopolítica mundial
Seria errôneo pensar a crise do Brasil apenas a partir do Brasil. Este está inserido no equilíbrio de forças mundiais no âmbito da assim chamada “Nova Guerra Fria”, que envolve principalmente os Estados Unidos e a China. A espionagem norte-americana atingiu a Petrobras e as reservas do pré-sal e não poupou nem a presidente Dilma. Isso é parte da estratégia do Pentágono.
No contexto global, há uma ascensão visível da direita no mundo inteiro, a partir dos próprios EUA e da Europa. Na América Latina, está se fechando um ciclo de governos progressistas que elevaram o nível social dos mais pobres e firmaram a democracia. Agora, estão sendo assolados por uma onda direitista que já triunfou na Argentina e está pressionando todos os países sul-americanos. Querem tornar a democracia insignificante para dar lugar ao mercado e à internacionalização da economia.
O Brasil é o principal atingido, e o impedimento da presidente Dilma é apenas um capítulo de uma estratégia global. Os grandes empresários nacionais querem voltar ao nível de ganho que tinham sob as políticas neoliberais anteriores a Lula. A oposição a Dilma e o apoio a seu impedimento têm um viés patronal. A Fiesp, a Firjan, a Federação do Comércio de São Paulo, a Associação Brasileira da Indústria Eletrônica e Eletrodomésticos, entidades empresariais do Paraná, do Espírito Santo e do Pará e muitas redes empresariais estão já em campanha aberta pelo impedimento e pelo fim do tipo de democracia social implantada por Lula e Dilma.
A estratégia ensaiada contra a Primavera Árabe, aplicada no Oriente Médio e agora no Brasil e na América Latina, consiste em desestabilizar os governos progressistas e alinhá-los às estratégias globais como sócios agregados.
Noam Chomsky, Moniz Bandeira e outros advertiram que os EUA não toleram uma potência como o Brasil no Atlântico Sul que tenha um projeto de autonomia vinculado ao Brics. Causa grande preocupação à política externa norte-americana a presença crescente da China, seu principal contendor, em vários países da América Latina, especialmente no Brasil. Moniz Bandeira chega a afirmar: “Não tenho dúvida de que, no Brasil, os jornais estão sendo subsidiados e que jornalistas estão na lista de pagamento (dos EUA)”. Podemos até imaginar quais seriam esses jornais e os nomes de alguns jornalistas totalmente alinhados à ideologia desestabilizadora de seus patrões.
Especialmente o pré-sal, a segunda maior jazida de gás e de petróleo do mundo, está na mira dos interesses globais. O sociólogo Adalberto Cardoso, da Uerj, foi explícito: “Seria ingenuidade imaginar que não há interesses internacionais e geopolíticos de norte-americanos, russos, venezuelanos e árabes. Só haveria mudança na Petrobras se houvesse nova eleição e o PSDB ganhasse de novo. Nesse caso, acabaria o monopólio de exploração, e as regras mudariam. O impeachment interessa às forças que querem mudanças na Petrobras: grandes companhias de petróleo, agentes internacionais que têm a ganhar com a saída da Petrobras da exploração de petróleo. Parte desses agentes quer tirar Dilma”.
Não estamos diante de um pensamento conspiratório, pois já sabemos como agiram os norte-americanos no golpe militar em 1964, infiltrados nos movimentos sociais e políticos. Não é sem razão que a quarta frota norte-americana do Atlântico Sul está perto de nossas águas. Devemos nos conscientizar de nossa importância no cenário mundial, resistir e buscar o fortalecimento de nossa democracia, que representa menos os interesses das empresas e mais as demandas tão olvidadas de nosso povo na construção de nosso próprio caminho rumo ao futuro.
Texto de Leonardo Boff

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